Ela sorria pra si, aquela risada que se dá quando estamos a sós, quem passa olhando acha que estamos doidos, ela não estava?
Não, ela riu quando pensava nas atitudes doidas dele, que fazia declarações de amor em público, empertigava-se todo depois ajoelhava, e lhe entregava uma flor , de preferência uma bem comum, lhe atirava poemas doidos e depois a abraçava, e girava e girava, e o mundo parecia que também girava a favor deles somente...
Era assim que ria sozinha hoje, sentindo o calor que abraçava seu corpo, o mesmo calor que sentia toda vez que se amavam, e se olhavam, e sorriam sem palavras.
Podia hoje sentir esse calor, mesmo sentada sozinha, as pernas cruzadas, no frio da laje do túmulo dele, lendo um soneto que ele fez pra ela, gravado em sua lápide.
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