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terça-feira, 26 de abril de 2011

Meu defeito?



Na grande sala de aula da Universidade, a professora, uma experiente psicóloga, acostumada às vicissitudes de pacientes e alunos, propõe uma vivência:

-Convido a vocês, meus caros, a escreverem nesse papelzinho colorido que distribuirei, 3 características de sua personalidade, e ao final da tarefa, coloquem no chão, no meio da sala, os papéis, citando em voz alta o que escreveram.

Minutos depois, um a um dos cerca de 50 alunos, todos promissores psicólogos, depositam ao chão e recitam em voz alta suas...qualidades?

Ao final a professora pergunta:

- O que puderam perceber com o que acabaram de protagonizar?

Ao que alguém responde:

- Somente 4 pessoas classificaram entre suas características, defeitos em sua personalidade.

Fiquei pensando se o resto da turma, número significativo, não tinha nada que desabonasse sua conduta. Mas não era bem isso o que no fim todos silenciosos constataram. O que ficou implícito, é o quanto sobressaiu os traços de nosso narcisismo, que enseja sempre a busca do bom, do ideal de perfeição, e nisso, tudo que é ruim, é classificado como mau, tortuoso. Não queremos transparecer que somos imperfeitos, temos defeitos, mentimos, sentimos raiva,  nem em um exercício onde julgamentos não estão em jogo, nem em nosso cotidiano. Ja repararam quanta fotos há nos sites de relacionamento de momentos tristes, ou de pessoas chorando? Já dizia algum profeta da web que nesses lugares só há pessoas felizes. Perfeitas.

E fiquei a pensar o que eu, pessoa intolerante e imperfeita, fazia em meio a tanta gente boa...(risos)

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