Desde que a série de Stephanie Meier explodiu e seus estilhaços geraram filmes, cadernos e muitos euros para a autora, havia feito uma promessa íntima, não me pronunciar a respeito da tal, a menos que isso fosse estritamente necessário.
Alguns dias atrás levei minha pequena filha a sua pediatra, e, ao conversarmos no final da consulta trivialidades, surgiu o assunto da “saga” e para minha surpresa, ela uma mulher inteligente e muito bem informada em se tratando de assuntos genéricos (sabe até cantar as musicas dos backyardigans, aqueles personagens fofinhos que vivem suas aventuras no pátio... risos), pronunciou-se a respeito do mundo dos vampiros adolescentes da seguinte forma, engraçada como ela só:
- Eu tenho medo dessas coisas, agora as adolescentes perguntam para o pai se podem namorar lobisomens!
Sei que tudo isso é uma fantasia, os lobisomens, vampiros, os seres fantásticos, tudo faz parte da formação imaginária desses meninos e meninas, mas a brincadeira vai tomando um “quê” de coisa séria quando olho a capa a da Rolling Stone com os personagens da também vampirizada e aclamada série “True Blood”, que na esteira da saga Crepúsculo, amealha sua parcela de fãs, assim como “The Vampire Diaries”, é mais outra série que aproveitou o formato.
Minha crítica vai ao modelo de sensualização que o vampirismo vem acendendo nos adolescentes. Se outrora histórias como a Anne Rice e outros autores eram dirigidas mais ao público adulto, agora vemos meninas de 10, 12 anos quererem “morrer de amor” e achar isso o máximo, de fazer Augusto dos Anjos virar literatura infantil...
Tudo a seu tempo, por isso minha crítica ao modelo iniciado por Crepúsculo, Eclipse, e todo resto que veio depois... A maldade, a morte, o amor, a lealdade, e demais temas podem e devem ser discutidos, o que me preocupa é o formato que tudo isso assume visualmente falando. Nunca esquecendo que estamos formando uma geração de quem vai formar gerações muito em breve.
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