Quando era criança gostava de sentar nos fundos do quintal de casa, cheio de árvores de frutas, (papai só plantava árvores frutíferas, vai lá saber porque) e descascar bergamotas. (tangerina, mexerica pra você?)
Particularmente não gosto de descascá-las pois exalam um cheiro que gruda nas mãos e por todo lugar, mãs... criança não tinha essas 'frescuras'. Às vezes confesso que estou com muita vontade de comer bergamota, mas só de pensar em descascar, e pelo outro fato que vou mencionar, cai a zero o desejo...
Geralmente, bergamotas miúdas são azedas. Nunca entendi porque. Um ex-colega de trabalho que tinha formação em agronomia explicou-me, agora já esqueci...mas enfim... Minha preocupação naqueles tempos era descascá-las, provar, não aprovar e "descobrir" se a próxima fruta me traria a tão desejada doçura. Como não éramos dados ao desperdício, mamãe de olho em minha tarefa de seleção, ao ver umas duas bergamotas descascadas já chamava atenção:
- Menina, porque descasca e não come?
- Mas mãe, é azeda!
- Minha filha, experimente o azedo que tem, e esqueça o doce que não sabe se existe...
Re-leio hoje sua fala: se você ficar na ilusão de que sempre haverá doçura na próxima fruta, vai ficar empilhando-as e ainda ficará frustrada se não conseguir a doce... tente ao menos apreciar o sabor da que está em suas mãos, quem sabe se no próximo gomo seu paladar irá acostumando ao gosto diferente...
Eu obediente, parava de descascar as
"Mentira é pior que ilusão.."
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