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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Só por 24hs.



Estava assistindo a um dos últimos episódios do Programa da Oprah - que acabei descobrindo que vai terminar, mais uma revelação que eu habitante de Vênus desconhecia - e nele estava sendo entrevistada a ex-duquesa de York, Sarah Ferguson, mais conhecida como Fergie. Na decadente realeza britânica esses títulos são bem valorizados, e Fergie valorizava mais ainda a decadência e a realeza, deixando fula da vida Vossa Alteza, a Rainha.

Mas no desenrolar da tal entrevista, o que vi foi uma mulher aparentemente perdida, que contava como caiu de pára-quedas na familia real, tendo o agravante de ser oriunda de uma família desajustada (não gosto muito do termo, se é família não pode ser desajustada, mas, fazer o que, nomes..). Culminou em divórcio o belo casamento (ah, os casamentos reais) com o príncipe Andrew, e o que se viu partir daí foram as mais doidas aventuras da duquesa ruiva.

Ao falar ela não tem a pompa característica dos membros ou agregados da família real, parecia uma Diana um pouco mais descolada (do que podíamos ver, lógico), e ao ser "sabatinada" pelo especialistas que assessoram o programa da Oprah, demonstrou o tal desequíbrio mencionado. Mas era um desequilíbrio não-neurótico, não sei se uso bem o termo, era algo meio como alguém tentando sinceramente tomar as rédeas da vida, ainda que exposto ao julgamento alheio, inclusive o mais cruel. Reconheci desespero (ela estava falida financeiramente) pela forma com que se expôs, havia questões ali que em condições normais declararia somente ao analista, no consultório e depois de umas boas sessões.

Dr. Phil então, encarregado de "decifrar" os motivos e porquês da doidivanice  de Fergie, fez três perguntas à mesma:
- Voce conhece um viciado em drogas? Ela respondeu : - Sim.
- Conhece um viciado em álcool? - Sim
- Conhece alguém viciado em aceitação? Silêncio.

Vício é tudo aquilo que toma o lugar de qualquer coisa que seja menos importante que este, aos olhos do viciado, é algo que exige compensação, e sendo compensado o prazer, demandará um novo ciclo para suprí-lo assim que este terminar.  Uma boa definição é a de que "o vício, é quando se tem o prazer seguido da dor".

Vício de aceitação: O ato de querer agradar para produzir aprovação, pois desta supostamente vem o desejo de ser amado. Ao não enxergar no outro disposição para tanto, mesmo que esta exista, se não for demonstrada exaustivamente, produz-se a frustração, e a dor, e então a busca vai tornando-se sofrida, pois, envolve-se com pessoas erradas, cometem-se equívocos, perde-se o foco. Nunca se é suprido, pois se acaso for, uma nova lacuna surgirá em função do próprio vício, que exige sempre mais.

No caso da personagem, o psicólogo detectou falhas no seu processo de amadurecimento, o pai, exigente, a infância e a juventude de buscas frustradas. Algumas coisas faladas considerei plausíveis, outras creio que faziam parte do show, mas enfim, confesso que nunca tinha pensado no assunto sob este viés, e fiquei imaginando uma reunião de grupo onde a pessoas reunidas contavam suas histórias, e declaravam no final em uníssono:

- Só por 24hs sem pedidos de aprovação.

2 comentários:

  1. Estou precisando participar de uma reunião desse grupo, que tal dar o primeiro passo?
    Momento "A Elídia me influencia" MODE ON

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  2. Vamo se reuní nêga, paciente é q n falta (coitado do nosso doctor Phillll) kkk

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